Este é um blog dedicado exclusivamente para o caipira, sua música, seus causos enfim tudo que tenha a ver com a vida simples do homem do campo. Aqui vc vai encontrar links para sites que tem interesse no resgate e preservação deste estilo.

quinta-feira, agosto 17, 2006

Belmonte e Amaraí

Pascoal Zanetti Todarelli, o Belmonte, nasceu em Barra Bonita-SP no dia 02/11/1937 e faleceu num acidente de carro em Santa Cruz das Palmeiras-SP no dia 09/09/1972. Domingos Sabino da Cunha, o Amaraí, nasceu em Rui Barbosa-BA em 1940.
Belmonte, conhecido carinhosamente como Lico em Barra Bonita-SP, formou duplas com Belmiro e também com Miltinho Rodrigues (que mais tarde, por sua vez, formou dupla com Tibagi: a famosa dupla "Tibagi e Miltinho").
Domingos Sabino, por outro lado, com apenas 16 anos, em Rio Verde-GO, já cantava em dupla com Amoroso. A dupla foi desfeita e Amaraí seguiu para São Paulo-SP, onde passou a se apresentar sozinho, cantando na noite. Amaraí também chegou a formar dupla com Tibagi, algum tempo depois.
Com apenas 16 anos, Belmonte também já se aventurava pela Capital Paulista atrás do sonho de cantar; e foi com 18 anos que conheceu Belmiro e formou com ele a dupla "Belmiro e Belmonte", dupla essa que gravou o LP "Aquela Mulher", pela gravadora Sabiá, e que foi o primeiro disco na carreira artística de Belmonte.
O sucesso demorou e só chegou em 1964, quando Belmonte, já com 26 anos de idade, conheceu o Amaraí no “Café dos Artistas”; formou-se a célebre dupla “Belmonte & Amaraí”, a qual se apresentava em casas noturnas e bares, interpretando os mais diversos estilos musicais, em diversos idiomas.
No ano seguinte, Nenete (da dupla “Nenete e Dorinho”), sendo Diretor Artístico da gravadora RCA (hoje BMG), propôs à dupla o contrato de gravação. E em 1966 Belmonte e Amaraí lançaram o primeiro LP, no qual o sucesso da faixa-título "Saudade De Minha Terra" (Goiá - Belmonte) se encarregou de imortalizar a dupla. E foram mais de 1.650.000 cópias vendidas, número até hoje raramente igualado.
No pouco tempo que durou, a dupla Belmonte e Amaraí deixou sua História na Música Caipira Raiz e, obviamente não poderemos jamais mencioná-los sem citar o grande sucesso "Saudade De Minha Terra" ( Goiá - Belmonte) que se tornou um clássico da Música Caipira Raiz, gravado também por inúmeros outros intérpretes tais como Sérgio Reis, Liu e Léu, Chitãozinho e Xororó, e até mesmo em versões instrumentais, a cargo de Ivan Vilela, em Solo de Viola e Laércio Ilhabela, em Solo de Violão!
Segundo "Mato Grosso e Mathias" e também "Milionário e José Rico", Belmonte e Amaraí possuíam as vozes mais afinadas e que "melhor se casavam" na época. No entanto, apesar do belíssimo entrosamento vocal, haviam freqüentes desentendimentos e separações esporádicas da dupla. E foi numa dessas brigas que Belmonte chegou a gravar um LP com Miltinho Rodrigues (o LP "Sucessos" - "Belmonte e Miltinho"); e chegou a se apresentar também com Amauri, apesar de com ele não ter gravado nenhum disco.
Belmonte também chegou a participar no início da década de 1970 o do LP "Jóias da Música Brasileira" a convite de Geraldo Meirelles e, nesse disco, ele cantou 6 clássicos da Música Caipira Raiz e Folclórica acompanhado de Coral e Orquestra. Dentre elas, "Chuá, Chuá" (Pedro Sá Pereira - Marques Porto - Ary Pavão), "Rio de Lágrimas" (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Piraci) e "Negrinho do Pastoreio" (Barbosa Lessa).
Belmonte e Amarai gravaram mais 5 LP's, tendo sido "Porque Fui te Conhecer" o último disco de carreira, lançado pouquíssimos dias depois do acidente que vitimou Belmonte em 09/09/1972. Neste último LP, saíram apenas 11 músicas, o que era pouco comum na época, já que a grande maioria dos LP's tinham 12 músicas, sendo 6 de cada lado. Acredita-se que a música que faltou tenha sido por causa do falecimento repentino do Belmonte antes da conclusão da gravação do disco, apesar de que, segundo Amaraí, todas as músicas programadas para o disco haviam sido gravadas.
Belmonte e Amaraí tornaram-se um marco dentro da Música Sertaneja, considerado por alguns como sendo os precursores do "Sertanejo Moderno". Eles inovaram na instrumentação incluindo Harpa Paraguaia, Piano, Bongô e Trompetes, instrumentos musicais praticamente inéditos até então na Música Caipira.
Conforme já foi mencionado nesse site, a Música Caipira Raiz também sofreu influência de diversos ritmos estrangeiros como se pode notar nas Guarânias compostas por José Fortuna e interpretadas por Cascatinha e Inhana bem como a influência dos Mariachis Mexicanos em Pedro Bento e Zé da Estrada e também em "Tibagi e Miltinho" e "Milionário e José Rico".
Belmonte e Amaraí também foram influenciados pela Música Folclórica Mexicana (a qual possui em Miguel Aceves Mejia um de seus expoentes máximos) e além disso gravaram também versões de músicas de Nat King Cole e Boleros de Augustin Lara (como por exemplo "Solamente Una Vez") e também músicas românticas que eram sucesso na voz de intérpretes populares como Roberto Carlos, como foi o caso de "Meu Pequeno Cachoeiro" (Raul Sampaio). E, de um certo modo "abusaram do pioneirismo" gravando a versão de "The Green Green Grass Of Home" - "Os Verdes Campos de Minha Terra" (Putman - versão: Geraldo Figueiredo), no LP "Boa Noite Amor" lançado em 1968 (possivelmente o primeiro Country na Música Caipira Brasileira).
Há quem diga também que Belmonte e Amaraí foi a primeira dupla a homenagear os caminhoneiros, através da gravação da versão de "La Carreta Campesina" - "Carreta da Fronteira" (D. Chase - Mauricio Cardozo Ocampo - versão: Palmeira), em 1972 no penúltimo LP, intitulado "Gente da Minha Terra".
Belmonte também gostava de ouvir música no rádio do carro; viajava à noite, em vez de dormir, para ter idéias para as versões que queria compor.
Na curta porém expressiva carreira de Belmonte foram mais de uma centena de músicas gravadas, tendo sido cerca de 25 composições e versões de sua autoria, até que o trágico acidente de automóvel tirou sua vida, antes mesmo dele completar 35 anos. Inesquecível, a dupla "Belmonte e Amaraí" continua sendo solicitada e tocada nos programas sertanejos de diversas emissoras de rádio em todo o Brasil.
Seu companheiro Amaraí, por outro lado, seguiu cantando e gravando, formando também outras duplas, inclusive com Tibagi (o mesmo da dupla "Tibagi e Miltinho"), tendo feito também gravações em "carreira-solo". Foram mais de 40 LPs, os quais alcançaram ótimas vendagens. Tem se apresentado atualmente ao lado do cantor e compositor Djalma Pereira Lima de Nova Xavantina-MT (nascido em 1962), que também possui uma dezena de discos gravados.
Amaraí também tem se apresentado com seu filho Francis Jr.: eles se estiveram presentes no "Viola Minha Viola" apresentado pela "Madrinha" e Comendadora Inezita Barroso, na TV Cultura de São Paulo-SP no programa que foi ao ar no dia 11/06/2003. Amaraí e Francis Jr. reviveram alguns sucessos da dupla Belmonte e Amaraí, relembrando o saudoso companheiro. Também estiveram presentes no mesmo programa o Tinoco que falou inclusive sobre o seu recém-lançado livro "Um Herói do Sertão" (escrito por Gildo Sanches - Editora Perez - 2003) e a dupla Jacó e Jacozito.
Amaraí possui o Registro Federal Nº. 823.512.371 o que garante a ele a propriedade legítima da patente “Belmonte & Amaraí”, nome que a dupla atualmente usa com o amparo legal da lei.
Amaraí também apresenta o Programa Caravana da Viola que vai ao ar todos os Domingos das 10:10 às 10:50 da manhã, programa esse que está sendo veiculado também através da TV´s Educativas pelo Interior do Brasil. O programa tem como proposta defender e valorizar a Música Caipira Raiz e as verdadeiras tradições sertanejas, as quais não podem jamais perder espaço na memória do povo. Belmonte e Amaraí também são homenageados através do CD "Tributo a Belmonte e Amaraí" gravado pela dupla "Julinho e Janel" (irmãos nascidos em Inajá-PR, criados em Santo Antônio do Caiuá-PR, e que residem atualmente em Mauá-SP); a produção desse CD contou com a ajuda do Maestro Marinho e do empresário José Reinaldo e contém regravações de grandes sucessos da dupla homenageada, com arranjos que mostram uma incrível fidelidade às gravações originais. Destaque para as faixas "Morrendo de Amor" (Nenete - Amaraí), "Quero Esquecer" (Belmonte-Cambará), "Pombinha Mensageira" (Belmonte - Dino Franco), "A Andorinha" (Biá - João Borges) e "A Fronha" (Anacleto Rosas Jr. - Belmonte).

* Infomações coletadas no site Boa Musica Brasileira do nossso compadre Ricardinho

quarta-feira, agosto 16, 2006

Abel e Caim

*Os primos José Vieira, o Abel, nascido em Itajobi-SP em 1929, e Sebastião Silva, o Caim, nascido em Monte Azul Paulista-SP em 1944, cantavam desde a infância, antes da formação da dupla, que aconteceu quando eles se encontraram em São Paulo na década de 1960.
José Vieira fez dupla com Xupim em 1956, dupla essa que se apresentava na Rádio "A Voz de Catanduva", enquanto Sebastião, ainda menino, integrava o "Trio Mirim", que em 1955 tinha programa próprio na Rádio Clube de Marília-SP. O Trio Mirim era composto por Bolinha (Sebastião), Esmeralda (irmã de Sebastião) e também o sanfoneiro Periquito. José Vieira também chegou a cantar durante um ano juntamente com o Vidoco da dupla "Vadico e Vidoco" a qual havia se separado. Vidoco o havia convidado pois sua voz cantando era semelhante à voz do Vadico. Fizeram programas de rádio e shows em circos, até que, numa oportunidade que apareceu para gravarem um disco, Vidoco achou melhor chamar o antigo parceiro, sem nada ter dito para José Vieira. E quando este chegou ao estúdio na hora combinada e soube que o Vidoco já havia feito a gravação com o "Vadico original", decidiu deixar a dupla.

Algum tempo depois os dois primos se encontraram na Paulicéia Desvairada e resolveram se apresentar juntos no programa Cidade Sertaneja na TV Cultura. E em 1966, na mesma emissora foram premiados num concurso de Violeiros sob o comando de Geraldo Meireles. Entre mil e quinhentas duplas inscritas, eles conquistaram o primeiro lugar e ganharam um contrato com a Chantecler (hoje Warner Music) e tambem a gravação do primeiro LP. Destaque para "Desilusão de Dadá" (Yolando Mondine - Dorival Teixeira), "Santa Luzia" (Yolando Mondine - Dorival Teixeira) e "Mãe Amorosa" (Tanabil Aleixinho). E foi Antonio Jacob (o Jacó da dupla "Jacó e Jacozinho" em sua formação inicial) que sugeriu à nova dupla o nome "Abel e Caim".
E logo depois defenderam na Radio Nacional de São Paulo-SP (hoje Globo) a música "Natureza" (Dino Franco), no primeiro festival realizado pela emissora, onde conquistaram o terceiro lugar, sendo que no mesmo evento participaram também outras excelentes duplas de sucesso na época, tais como Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, Liu e Léu, Cascatinha e Inhana e também o Duo Glacial, apenas para citar algumas.

Em 1968, gravaram o segundo LP, também pela Chantecler, destacando "A Bandinha" (Léo Canhoto), "Menino Boiadeiro" (Tanabi) e "Natureza" (Dino Franco), que conquistou o terceiro lugar do primeiro festival da Nacional, já mencionado logo acima.

Novas gravações e novos sucessos vieram, dentre os quais, "Derradeiro Adeus" (Dino Franco) e "Milagre do Retrato" (Sulino - Pedro Calandro), "Arca de Noé" (Martins Neto), "Pretinho Aleijado" (Teddy Vieira - Luizinho), "Chuva, Sangue da Terra" (Lourival dos Santos - Tião Carreiro), "Triste Ocorrência" (Jack - Abel), "O Menino e o Cachorro" (Dino Franco), "Adeus Boiada" (Nestor - Zeca), "Ingratidão de Filho (Jack - Caim) e "O Barco" (Jack - Abel), apenas para citar algumas.

*Estas informações foram coletadas no site Boa Musica Brasilera do nosso cumpadre Ricardinho.

terça-feira, agosto 15, 2006

O carro e a faculdade

Segue abaixo o link para uma das musicas mais bonitas de Valdery e Mizael, colaboração da cumadre Leila Senna


http://rapidshare.de/files/29424288/Valdery___Mizael_-_O_carro_e_a_faculdade.mp3.html

segunda-feira, agosto 14, 2006

Léo Canhoto e Robertinho

Bom dia cumpadres e cumadres

* "Se Tonico e Tinoco se fizeram notar pela fidelidade total às mais puras raízes da Música Sertaneja, Léo Canhoto e Robertinho marcaram presença exatamente pelo motivo oposto, assimilando influências musicais e instrumentais do 'pop-rock', inclusive promovendo-se como 'os hippies do mundo sertanejo' (como diz a capa de um dos quinze LPs - sem contar as coletâneas - que eles gravaram na RCA de 1969 a 1983). Mas, apesar de não hesitarem em usar instrumentos e técnicas de arranjo típicas do 'rock', (como bem se nota em faixas como 'O Presidente e o Lavrador') Léo Canhoto e Robertinho nunca se afastaram muito de suas Raízes Sertanejas, como provam sucessos da dupla como o cateretê 'Vou Tomá Um Pingão', a guarânia 'A Gaivota' e o corrido 'Apartamento 37'."

O comentário acima é de Ayrton Mugnaini Jr. e consta no encarte do CD da Série "Luar do Sertão", lançado pela BMG, e também na página 128 do livro "Enciclopédia das Músicas Sertanejas" (escrito também por Ayrton Mugnaini Jr.) - Editora Letras & Letras - 2001.

Léo Canhoto e Robertinho foi a única dupla sertaneja que recebeu o "Brasão Da República", homenagem prestada pelo então Presidente Ernesto Geisel em 1976, pela beleza da música "O Presidente e o Lavrador" (Léo Canhoto).
Segue abaixo o link de uma coletanea. entre elas a musica "O Presidente e o Lavrador"

http://rapidshare.de/files/29358451/Sucessos_de_Ouro.ace.html

* Estas informações foram coletadas no site do nosso cumpadre Ricardinho http://www.meumundo.aol.com.br/netinhaericardo