Este é um blog dedicado exclusivamente para o caipira, sua música, seus causos enfim tudo que tenha a ver com a vida simples do homem do campo. Aqui vc vai encontrar links para sites que tem interesse no resgate e preservação deste estilo.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Carro de Boi

Isto é muito interessante, pois a historia do carro de boi andou sempre ao lado da musica caipira.

Acessem este link e verão coisas interessantes.

http://www.cotianet.com.br/bancomaterias/emidio_a_.htm

Poesia

O VELHO CARRO DE BOI

Vamos Malhado!
Vamos Formoso!
O sol já vem raiando
Vamos depressa é dia novo
É dia de lida
Dia de luta
A cana nos espera no canavial
Decapitada na terra bruta.
E a parelha na canga
Em passos lentos a caminhar
Puxa o velho carro de boi
Numa melodia de chorar

Chora por estar perto
A sua extinção
Com o progresso em vista
Dará lugar ao caminhão
Caminhão de bóias frias
De frias e magras marmitas
Recheadas de bifes do olhão
De frias saudades no coração.

Juraci de Oliveira Chaves
Pirapora MG janeiro 2005

* Foto do Acervo Particular de Seo Emídio Rodrigues da Silveira



quarta-feira, setembro 13, 2006

Um Pouco de História da Música Caipira

Música Caipira

O Brasil do interior soa nas cordas de uma viola


Os cantos religiosos dos jesuítas e as modinhas trazidas pelos portugueses colonizadores misturaram-se à música e à dança dos índios senhores das terras recém-descobertas. Daí surgiram gêneros que se enraizaram especialmente na região sudeste, depois no sul e centro-oeste do país, integrando a que ficou conhecida como "música caipira", como os catiras e cururus, as toadas e modas de viola. A viola cavada num tronco de árvore, com cordas feitas de tripas de animais, e depois de arame, foi sacramentada, na cultura rural, como seu instrumento-base. Entre as palavras do Brasil colonial surgidas do tupi e da mistura do idioma indígena com o português estão, por exemplo, "caipira", junção de caa (mato) com pir (que corta), e cururu, que veio de curuzu ou curu, que era como os índios tentavam dizer cruz.


Catequistas se moviam
pra provar o seu amor
aos nativos que temiam
o estranho invasor
mas ouvindo o som mavioso
de uma viola a soluçar
o selvagem, cauteloso,
espreitava, a escutar.
(Assim Nasceu o Cururu, Cap. Furtado e Laureano)

O cururu nasceu, pois, dos cantos religiosos marcados por batidas de pé. Das festas ao redor dos oratórios ganhou os terreiros, nos acontecimentos sociais das fazendas e vilas. Nos anos 30, Mário de Andrade viajou pelo interior paulista, nas suas pesquisas, e observou que no médio-Tietê cururu era desafio improvisado, uma espécie de "combate poético" entre violeiros-cantadores, iniciado com saudações aos santos. Dessa forma ele ainda resiste em cidades como Piracicaba, Sorocaba, Tietê, Conchas e Itapetininga – a chamada região cururueira do estado. Entre os cururueiros mais famosos do disco estão os irmãos Vieira e Vieirinha, de Itajobi, SP (o segundo, morto em 1990), que brilharam nos anos 50.

O catira ou cateretê surgiu de uma dança indígena, o caateretê, também adotada nos cultos católicos dos primórdios da colonização. As bases mais sólidas de seu reino se estabeleceram em São Paulo e Minas Gerais. Com solos de viola e coro, acompanhados de sapateado e palmeado, ele começa com uma moda de viola, entremeada por solos, e evolui para uma coreografia simples mas bastante rítmica. O clímax, no final, é o "recortado", com viola, coro, palmeados, sapateados e muita animação. O catira é o coração de festas populares como as Folias de Reis e as de São Gonçalo, hoje particularmente expressivas no interior mineiro. Entre grandes catireiros estão Tonico e Tinoco (o primeiro, morto em 1994), que registraram incontáveis sucessos nos anos 40 e 50. Atualmente, entre os novos-caipiras, o mineiro Chico Lobo é violeiro-cantador que domina essa velha arte.

O fandango, por sua vez, nasceu como dança vigorosa de tropeiros que o aprenderam no extremo sul do país, com seus colegas uruguaios. Sofreu modificações nas diversas regiões onde chegou e ainda é cultivado em alguns núcleos por todo o país, como no litoral paranaense. Resultante da mistura da música dos brancos da roça com a dos negros escravos, o calango firmou-se especialmente no Rio de Janeiro rural e em Minas Gerais. Martinho da Vila, fluminense de Duas Barras, compôs e gravou alguns bons calangos, puxados na viola e com instrumentos percussivos.


A moda de viola se destaca

Entre tantos ritmos e estilos formados a partir das toadas, cantigas, viras, canas-verdes, valsinhas e modinhas, trazidos pelos europeus, a moda de viola se transformou na melhor expressão da música caipira. Com uma estrutura que permite solos de viola e longos versos intercalados por refrões, com letras quilométricas contando fatos históricos e acontecimentos marcantes da vida das comunidades, ela ganhou vida independente do catira. E seduziu grandes compositores, como os paulistas Teddy Vieira (de Buri) e Lourival dos Santos (de Guaratinguetá), já falecidos, bastante ativos entre os anos 50 e 60. Atualmente, os mineiros Zé Mulato e Cassiano estão entre os bons compositores e cantadores de modas de viola.

À medida que o país se urbanizou e precisou da mão de obra barata do povo do interior, levas de artistas caipiras e nordestinos também chegaram a São Paulo e ao Rio de Janeiro para disputar seus palcos e estúdios. Assim, emboladas e cocos se misturaram a maxixes, guarânias, rasqueados, chamamés, boleros, baladas e rancheiras – e a tudo o que se ouvia no rádio nos anos 50 e nas fronteiras do país. Todas essas matrizes sonoras formaram, com os gêneros caipiras tradicionais, o que passou a ser sacralizado, na terminologia do mercado fonográfico, como música "sertaneja". Mais sons entrariam nesse caldeirão: a partir dos anos 60, o rock e a MPB dos festivais, e, nos 80, a country music americana.**(o que, na minha opinião, ajudou a colocar a musica caipira na estagnação e quase esquecimento)

Entre os marcos das diversas fases da música que nasceu na roça e hoje, bastante modificada, embala multidões de norte a sul do país, podemos destacar as primeiras gravações de modas de viola e de outros gêneros caipiras por violeiros-cantadores do interior paulista, em 1929 – na série de discos produzida por Cornélio Pires para a Columbia. Na década de 30, vieram os sucessos de João Pacífico e Raul Torres, de Alvarenga e Ranchinho. Já Tonico e Tinoco pontificaram a partir dos anos 40.

*Informações coletadas no site www.clickmusic.uol.com.br
** Comentário meu.

terça-feira, setembro 12, 2006

Dino Franco

Oswaldo Franco nasceu em Paranapanena-SP no dia 08/09/1936. Na infância já ouvia no rádio excelentes Duplas Caipiras, tais como Tonico e Tinoco, e Raul Torres e Florêncio, entre outras. Aos 12 anos trocou o trabalho na enxada pela carreira artística, abandonando em definitivo a lavoura que era seu "ganha-pão" na época. Na década de 50, trocou o Interior Paulista pela Capital e adotou inicialmente o nome artístico de Pirassununga. Atuou com Tibagi (o mesmo que havia acabado de desfazer a dupla com Zé Marciano e que depois havia feito dupla com Miltinho). Apresentava-se também no programa "Arraial da Curva Torta" (produzido e apresentado por Ariowaldo Pires, o Capitão Furtado). Em São Paulo, na década de 60, cantou com diversos parceiros usando também nomes artísticos diversos. Em 1960, por exemplo, adotou o nome artístico de Junqueira quando cantou em dupla com Juquinha.
Foram 15 parceiros com os quais Dino Franco cantou em dupla nessa década, entre os quais Biá, Belmonte e Piratininga. Em 1968 adotou em definitivo o nome artístico de Dino Franco. Em 1972, Dino Franco firmou contrato com a gravadora Chantecler como produtor e diretor da Linha Sertaneja. Em seguida, formou a dupla com Biá. "Biá e Dino Franco", foi uma dupla de sucesso, sendo que Biá (ou Sabiá - Sebastião Alves de Cunha nascido em Coromandel-MG em 1927) foi o mesmo que também fez dupla com Palmeira. E em 1979 Dino Franco formou dupla com Mouraí (Luiz Carlos Ribeiro que nasceu em Ibirarema-SP no dia 19/07/1946 e faleceu em Catanduva-SP no dia 16/10/2005). "Dino Franco e Mouraí" foram pioneiros na regravação de antigos sucessos da Música Sertaneja, tais como "Sertaneja" e "A Volta do Caboclo".
Em seu trabalho sempre procuraram cultivar a Música Caipira Raíz e se destacaram também com temas de inspiração ecológica, como por exemplo "Manto Estrelado" (Dino Franco - Tenente Wanderley).
Dino Franco tem merecido destaque como excelente compositor, especialmente na Moda de Viola, com inúmeras composições que têm sido gravadas pelas mais renomadas Duplas Caipira Raiz.
* Informações coletadas na página Boa Música Brasileira do nosso cumpadre Ricardinho

Boa tarde

Uma reliquia achada no site Acervo Caipira

A Saudade Vai (1961)






01. A Saudade Vai
02. Brasil Sertanejo
03. Gaúcho Alegre
04. Zé Da Carolina
05. Tempo Bão
06. Quere Bem
07. João Boiadeiro
08. Tarde Janera
09. Sonho de Caboclo
10. Pião Arrespeitado1
1. Velho Carreiro
12. Carta de Caboclo

Link: RapidShare

SENHA--> http://acervo-caypira.blogspot.com

Valeu Cumadre "Caipirinha"

segunda-feira, setembro 11, 2006

Juquinha e Junqueira

Segue abaixo um link de um trabalho de remasterizaçao do cumpadre Ismar Russano, e para quem não sabe esta dupla, um dos componentes é nada mais nada menos que Dino Franco um dos maiores compositores da nossa musica caipira.
Valeu cumpadre Ismar

http://rapidshare.de/files/32090638/Juquinha_e_Junqueira.rar

Olha nóis de volta sô!!

Bom dia Cumpadres e Cumadres...

Estou aqui, cansado mas feliz, e muito contente por sinal... afinal a 14ª Festa de Peao de Boiadeiro da minha querida Rinópolis superou mais uma vez todas expectativas.
Entao aos poucos vou começar as postagens de acordo com o proposito deste blog...que é ajudar a tantos cumpadres e cumadres a resgatar a musica caipira de raiz.