Este é um blog dedicado exclusivamente para o caipira, sua música, seus causos enfim tudo que tenha a ver com a vida simples do homem do campo. Aqui vc vai encontrar links para sites que tem interesse no resgate e preservação deste estilo.

quarta-feira, outubro 11, 2006

Zilo e Zalo

Aníbio Pereira de Souza, o Zilo, nasceu no Sítio Ribeirão dos Cubas em Santa Cruz do Rio Pardo-SP em 01/03/1935 e faleceu em São Paulo-SP em 06/01/2002. Belizário Pereira de Souza, o Zalo, nasceu também no mesmo sítio em Santa Cruz do Rio Pardo-SP em 1937.

Trabalhavam na lavoura com o pai que também dançava Catira nas festas do lugar. Começaram a cantar com apenas 11 e 9 anos de idade nos bailinhos, coretos e festas paroquiais nos fins de semana e também nas tradicionais Festas de Santos Reis. Aprenderam a cantar e também a tocar Violão, Viola e Cavaquinho. Por essa época começaram também a compor algumas modinhas.

Em 1954, eles eram "Pereré e Pinguinha" e cantaram durante seis meses diversos sucessos das duplas mais conhecidas da época (dentre as quais Tonico e Tinoco, Zé Carreiro e Carreirinho e Vieira e Vieirinha), na Rádio Difusora de Santa Cruz do Rio Pardo-SP.

E, no mesmo ano de 1954, Zilo e Zalo mudaram-se juntamente com a família para a Paulicéia Desvairada, onde Aníbio passou a trabalhar num almoxarifado e Belizário passou a trabalhar com o pai num armazém de cereais.

Foi em Vila Nova Cachoeirinha que eles se apresentaram pela primeira vez no Circo Rancho Alegre, de Paiozinho. Agradaram o público e, conseqüentemente, receberam o convite para participar do programa "Na Casa dos Fazendeiros", de Paiozinho e Zé Tapera, na Rádio Cultura. E foi nessa ocasião que Aníbio e Belizário assumiram o nome artístico de "Zilo e Zalo".

Participaram também do Festival do Jubileu de Prata da Rádio Record, no qual ficaram entre os dez primeiros colocados.

Em 1956, a convite do compositor e radialista Zacarias Mourão, passaram a participar da programação sertaneja da Rádio Bandeirantes, onde permaneceram até 1961 e se apresentaram também nos programas "Serra da Mantiqueira", "Brasil Caboclo" e "Novidades Sertanejas".

E em 1958, a convite de Cascatinha, que era diretor artístico do selo Todamérica, Zilo e Zalo gravaram seu primeiro disco, um 78 RPM contendo as músicas "A Volta do Seresteiro" (Zalo - Benedito Seviero) e "Adeus do Mineiro" (Teddy Vieira - Piraci).

A partir de então, iniciou-se a trajetória de sucesso e a dupla foi contratada pela gravadora Continental. São dessa época alguns dos seus principais sucessos, dentre eles, "Castigo Merecido" (Zalo - Alcindo Machado), "O Silêncio do Seresteiro" (Zilo - Benedito Seviero) e "Engano do Carteiro" (Léo Canhoto), apenas para citar algumas.

Zilo e Zalo foram também a primeira Dupla Caipira a lançar e vender discos no estrangeiro: após o sucesso de "Grande Esperança" (Goiá - Francisco Lázaro) gravada em 1965, a Chantecler lançou no ano seguinte um Compacto Simples (C-16110), que foi um trabalho beneficente, comercializado somente no mercado internacional, contendo as músicas "Castelo de Areia" (Carreirinho) e "Grande Esperança" (Francisco Lázaro - Goiá).

Zilo e Zalo passaram também por diversas emissoras de Rádio, dentre as quais a Nove de Julho, a Nacional (atual Globo) e também a Record, onde permaneceram de 1973 a 1982 no "Linha Sertaneja Classe A", programa que era apresentado pelo compositor Sebastião Vitor e, mais tarde, pelo famosíssimo Zé Béttio.

Em 1983, deixaram os programas de rádio e passaram a se dedicar exclusivamente aos shows.

Zilo e Zalo gravaram músicas de diversos estilos tais como "Moda de Viola", "Canção Rancheira", "Forró", "Toada", "Batidão", "Tango", "Guarânia", etc. Percorreram diversos Estados Brasileiros, onde obtiveram reconhecimento e gravaram, ao longo da brilhante carreira, mais de 400 músicas, tanto composições próprias como também de outros compositores, além de parcerias diversas. Foram diversos sucessos inesquecíveis, dentre os quais, "O Milagre do Ladrão (Léo Canhoto - Zilo), "Alma do Ferreirinha" (Zilo - Jeca Mineiro), "Feitiço Espanhol" (Goiá - Zacarias Mourão), "Boiadeiro Errante" (Teddy Vieira) e "Caminheiro" (Jack), apenas para citar alguns.

Zilo sofreu um derrame no segundo semestre de 2001. E, próximo do Natal desse mesmo ano, foi hospitalizado no Instituto do Coração (INCOR) de São Paulo-SP, vítima de um segundo derrame, o qual deixou sua saúde bastante debilitada e, pouco antes de completar 67 anos, um terceiro derrame fez Aníbio Pereira de Souza "passar para o andar de cima", no final da tarde do Domingo 06/01/2002 no INCOR.

Zilo foi sepultado na tarde de Segunda-Feira, 07/01/2002, em São Paulo-SP. No mesmo dia, foi homenageado pelo apresentador Noel Júnior num programa especial na Rádio Difusora de Santa Cruz do Rio Pardo-SP que, conforme já foi dito, foi a primeira emissora onde Zilo e Zalo se apresentaram.


Dados coletados no site Boa Musica Brasileira do nosso compadre Ricardinho