Este é um blog dedicado exclusivamente para o caipira, sua música, seus causos enfim tudo que tenha a ver com a vida simples do homem do campo. Aqui vc vai encontrar links para sites que tem interesse no resgate e preservação deste estilo.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Duo Brasil Moreno

Dora de Paula, a Dora - Guariba, SP - 1917

Antônia Glória de Paula, a Didi - Guariba, SP - 1914

Nascidas na cidade de Guariba, as irmãs foram criadas na cidade de Cambará (PR), com mais dois irmãos. Começaram a cantar no coral da Igreja Santa Cecília em Cambará, juntamente com os irmãos. Em 1940, a família mudou-se para São Paulo. Dora e Didi formaram com os irmãos o Quarteto Brasil Moreno. Passam a se apresentar em programas de calouros das rádios Record e Cultura. O quarteto virou Trio Brasil Moreno, quando o irmão foi chamado para o serviço militar. O trio continuou a participar de programas de calouros. Em 1943, ao tirarem o primeiro lugar no programa de Otávio Gabus Mendes e Geraldo Mendonça, são convidados a assinar contrato com a PRB-9. Em 1951, o trio transformou-se no Duo Brasil Moreno, com a saída da irmã (Helena), que abandonou a carreira artística para se casar. O Duo Brasil Moreno teve inúmeras participações em programas radiofônicos, inclusive no programa " História da Música", na Rádio Record, produzido e apresentado por Almirante. Em 1952, a dupla gravou seu primeiro 78rpm, pela Star, subsidiária da Copacabana. O disco incluía as canções "Chalana", de Mário Zan e Arlindo Pinto, e "Abandonada" de Mário Zan e Palmeira. Graças ao sucesso alcançado, especialmente com o rasqueado "Chalana", vários discos se seguiram. Em 1961 lançaram pela Chantecler a guarânia "Último adeus", de Luiz de Castro e o bolero "Bis para o amor", de José Bettio e Roberto Stanganelli. No mesmo ano gravaram na Sertanejo o rasqueado "Pedaço de coração", de Elpídeo dos Santos em parceria com a dupla e o xote "China morena", de Raul Torres e Sebastião Teixeira. Posteriormente lançaram, pela Copacabana, seu primeiro LP, com o qual colecionaram sucessos como "Natal no sertão", de Palmeira e Mário Zan," Campo Grande", de Raul Torres, "Canção do trolinho", de Hervé Cordovil, e "Flor de Tupã", de Mário Zan e Palmeira. A dupla gravou também, pela Copacabana, várias versões, lançadas em 78rpm. Fizeram , entre outros, um programa na Rádio Record, todas as segundas-feiras, que aconteceu por 16 anos. Atuou em diversas emissoras de televisão de São Paulo e excursionou por vários estados. Em 1974, o Duo Brasil Moreno gravou um LP, de repertório exclusivamente sertanejo, acompanhado de toda a família.

*Dicionario Cravo Albin de Musica Popular Brasileira

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

O Orgulho Caipira

A postagem abaixo foi enviada pelo cumpadre Kalzely Barboza dos Santos no grupo Caipira Raiz

Como uma grande familia que somos, hoje estarei falando sobre a nossa
música.
Encontro várias pessoas, que ainda dizem, que a nossa música tem muitos
"dramas". Suponho que você já encontraram pessoas deste tipo.

Ao contrário de alguns "batuques" e "caganeiras" de outros tipos de
música, a música caipira, tem um brilho especial, que não se encontra
em nenhum outro tipo de música.
Vamos examinar este brilho que nos rodeia?

1)A música caipira tem várias músicas que revelam a alegria do
compositor e do cantor. Exemplos: Como a marchinha: "Copo de Cerveja"
de Canário e Passarinho, ou talvez, um rasqueado: "Parado no Tempo" de
Teixeirinha.

2) A música caipira, sabe ser extremamente apaixonante e ao mesmo
tempo, educada (não se ouve palavrões, ou expressões pesadas em suas
músicas). Exemplos: Como o bolero: "Teu adeus" de Belmonte e Amarai,
ou talvez um tango: "Teus beijos" de Tião Carreiro e Pardinho, ou ainda:
A valsa: "Lenda da Valsa dos Noivos" de Zé fortuna e Pitangueira.

3)A música caipira mostra o sentimento ao mesmo tempo: Do compositor,
do cantor, do tocador, e do homem do campo.
E É ISSO O QUE FAZ A MÚSICA CAIPIRA, SER DIFERENTE DE TODAS AS OUTRAS.

Exemplos: Como o sucesso internacionalmente conhecido: "Coração de Luto"
Que segundo os números, é a única música que vendeu mais de 35 milhões
de cópias, no mundo.
É O SENTIMENTO CABOCLO, PRESENTE NO EXTERIOR.

4) A música caipira, ás vezes usa seu sentimento, só para se ouvir.
Exemplo: a música "Devolva a passagem" de Zé do Rancho e Zé do Pinho.

5) A música caipira mostra diferentes causos, e histórias, tristes e
alegres. Em forma de Pagode como: "Pagode em Brasilia" de Tião Carreiro
e Pardinho; ou em forma de outros ritmos, como: "Igrejinha da Serra" de
Praião e Prainha.

6) Sem contar ainda, músicas que nos fazem rir, nos dão alegria, ao
ouvi-las, também em diferentes tipos; como o samba-sertanejo: "Moça
Gorda" de Zé Fortuna e Pitangueira; ou em desafios caipiras, que sempre
nos finais, nos dão a lição de moral: Fazer as pazes, depois de uma
briga.
Como o desafio: "Desafio do Martelo" de Teixeirinha e Mary Terezinha.

7) Não esquecendo do mais tipo de música popular na música caipira:
AS MODAS DE VIOLA, que termina com chave de ouro esta minha colocação.

Portanto, que gritemos aos quatros ventos:
MUSICA CAIPIRA, NOSSO ORGULHO

Pois, Música Caipira é: EMOÇÃO - TRADIÇÃO - EDUCAÇÃO.

Kalzely
O caboclo orgulhoso

Cleber Vianna e Daniel Viola

Cleber Vianna em Salvador/Bahia e Daniel Viola em São José dos Campos. O Daniel Viola gravou uma base de violão em sua cidade e enviou para o Cleber Vianna colocar os solos. Experiência virtual de ajustes de arquivos à distância. Saiu uma seleçãozinha de pagode de viola caipira!


Cleber Vianna e Daniel Viola

segunda-feira, janeiro 29, 2007

São Gonçalo do Amarante



Apesar da data em que se comemora o dia de São Gonçalo já ter passado, pois é dia 10 de janeiro, vale a pena conhecer a vida e obras deste Santo que é o Protetor dos Violeiros.

Em tempo, foi o cumpadre Samuel, que nos lembrou da data...e nos passou as informações no grupo Caipira Raiz

Origens

Nasceu Gonçalo de Amarante, da família dos Pereiras, no lugar de Arriconha, freguesia de Tagilde, próximo de Vizela, igualmente concelho de Vizela. Em Arriconha não falta, desde tempos imemoriais, a capela dedicada a S. Gonçalo. Os seus pais eram pessoas de nobre linhagem e deram ao seu filho uma esmerada educação cristã não só pela palavra como sobretudo pelos exemplos das suas virtudes cristãs.

O sacerdote

Atingido o uso da razão, foi confiado a um douto e virtuoso sacerdote sob cuja direcção iniciou os seus estudos. Chamava a atenção a sua modéstia, a candura, o esforço em se aperfeiçoar na prática da vida cristã e os progressos que ia fazendo nos estudos. Entre outros foram estes os motivos principais que moveram o Arcebispo de Braga a admiti-lo, como seu familiar, e, sob os auspícios do Prelado, cursou as disciplinas eclesiásticas, vindo a ser ordenado sacerdote e nomeado Pároco da freguesia de S. Paio (ou S. Pelágio), de Riba-Vizela, apesar da sua humildade e resistência. No desempenho do seu múnus pastoral começou a brilhar na prática das virtudes, sobressaindo no zelo apostólico, na castidade e na prática das obras de misericórdia para com os pobres, gastando a maior parte dos rendimentos da paróquia em aliviar as suas necessidades materiais, sem esquecer as necessidades espirituais do seu rebanho, prodigalizando a todos amor e consolação. Alimentava no seu coração um desejo ardente de visitar os túmulos dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo e os Lugares Santos da Palestina afim de melhor viver as Mistérios da nossa Redenção. Obtida a licença do seu Bispo, deixou os seus paroquianos ao cuidado dum sobrinho sacerdote, peregrinou primeiro a Roma donde passou a Jerusalém e demais terras da Palestina onde se demorou 14 anos. Entretanto, começou a sentir certo remorso por tão longo abandono da sua paróquia, avivaram-se as saudades da Pátria e dos seus filhos espirituais e veio-lhe ao íntimo o pressentimento dos males espirituais de que padeciam, provocados por tão longa ausência e possível falta de zelo de seu sobrinho. Foram motivos mais que suficientes para regressar apesar dos inumeráveis incómodos e perigos que a viagem supunha.

Regressa da Terra Santa

O seu sobrinho, além de o não aceitar e não reconhecer como verdadeiro e legítimo pároco, escorraçou-o de casa e conseguiu, mediante documentos falsos, provar ao Arcebispo D. Silvestre Godinho que Gonçalo morrera e ser nomeado pároco da freguesia.

Resignado com semelhante atitude, deixou S. Paio de Riba-Vizela e foi-se pregando o Evangelho por aquelas terras até à margem do Tâmega, vindo a encontrar o lugar onde hoje é a cidade de Amarante, então sítio inculto e quase despovoado, mas apto para a vida eremítica. Construiu uma pequena ermida que dedicou a Nossa Senhora da Assunção, nela se recolheu, saindo, de vez em quando, a pregar nos arredores e consagrando o tempo que lhe sobrava à oração e à penitência.

Sentia, no entanto, necessidade de encontrar um caminho mais seguro em ordem a alcançar a glória eterna. Jejuou uma Quaresma inteira a pão e água e suplicou fervorosamente a Nossa Senhora lhe alcançasse do Senhor esta graça... Diz-se que a Virgem Maria lhe apareceu e lhe disse procurasse a Ordem em que iniciavam o seu Ofício com a Saudação angélica ou Ave-Maria. Essa Ordem era a dos Pregadores ou Dominicanos.

Abraça a vida Dominicana

Encaminhou-se para o Convento de Guimarães da Ordem dos Pregadores, recentemente fundado por S. Pedro González Telmo, grande apóstolo da região de Entre-Douro e Minho o qual lhe deu o hábito e, uma vez feito o noviciado, ao modo daquele tempo, o admitiu à profissão religiosa e, depois de algum tempo lhe deu licença para, com um outro religioso, voltar para o seu eremitério de Amarante, continuando a sua vida evangélica e caritativa.

Com o seu ministério operou muitas conversões, levou o povo à prática duma autêntica vida cristã, sem esquecer de os promover socialmente em muitos aspectos. Sobressai neste particular a construção de uma ponte em granito sobre o rio Tâmega, angariando pessoalmente donativos em terras circunvizinhas e levando os moradores mais abastados a darem ajuda vultuosa para assim pagarem aos operários.

O povo atribui-lhe muitos milagres, mesmo de ordem material, desde o começo até terminar a construção da referida ponte.

Concluída a ponte, S. Gonçalo viveu ainda alguns anos dedicado à pregação e à vida de oração, enriquecendo-se de virtudes e merecimentos. Reza a tradição que Nossa Senhora lhe revelou o dia da sua santa morte para a qual se preparou com a recepção dos Sacramentos da Igreja. Descansou santamente no Senhor, a 10 de Janeiro de 1262. O seu venerado corpo, após a celebração das solenes exéquias por sua alma, foi sepultado na referida ermida, continuando a efectuar-se muitos milagres, atribuídos à sua intercessão.

Mais tarde a ermida primitiva construída por S. Gonçalo foi ampliada em igreja. Sobre esta, em 1540, D. João III mandou erguer o sumptuoso templo e convento que ainda hoje existem e que são monumento histórico da cidade de Amarante de que S. Gonçalo pode muito bem ser considerado segundo fundador.

Elevado às honras dos Altares

Efectuaram-se três Processos canónicos em ordem à Beatificação e Canonização de S. Gonçalo, o último dos quais foi levado a cabo por D. Rodrigo Pinheiro, Bispo do Porto, por comissão do Papa Pio IV (1561). A instâncias de EI-Rei D. Sebastião, do Arcebispo de Braga, da Ordem dos Pregadores, do Cardeal D. Henrique e da população de Amarante, a sentença de Beatificação foi promulgada a 16 de Setembro de 1561 pelo representante da Sé Apostólica, confirmando-se a concessão de lhe tributar culto público permitido; antes pelo Papa Júlio lII (1551).

Mais tarde o Papa Clemente X, em 10 de Julho de 1671, estendeu a toda a Ordem dos Pregadores e a todo o reino de Portugal a concessão de honrarem este glorioso Santo, um dos santos mais populares de Norte a Sul do País, especialmente no Norte, com Missa e Ofício litúrgicos próprios. O seu culto espalhou-se pelos domínios ultramarinos de Portugal, chegando à Índia e ao Brasil como o confirma um longo e engenhoso sermão do Padre António Vieira sobre S. Gonçalo. É celebrado a 10 de Janeiro.

Tornou-se o santo patrono da cidade de Amarante, onde faleceu, e ainda das cidades de São Gonçalo do Amarante nos estados brasileiros do Rio Grande do Norte e do Ceará (nessas cidades homónimas também o padroeiro permaneceu idêntico).

Que Deus pela intercessão de São Gonçalo abençoe a todos.