Este é um blog dedicado exclusivamente para o caipira, sua música, seus causos enfim tudo que tenha a ver com a vida simples do homem do campo. Aqui vc vai encontrar links para sites que tem interesse no resgate e preservação deste estilo.

sexta-feira, abril 20, 2007

Leonel e Ismael

Boa tarde Cumpadres e Cumadres

Apreciem o video abaixo que delicia, graças ao Cumpadre Daniel Viola


quinta-feira, abril 19, 2007

II Feira do Vinil de Campinas




II Feira do Vinil de Campinas

A II edição da Feira do Vinil de Campinas - SP acontecerá dia 22/04/2007durante a Feira de Artes e Antiguidades no Centro de Convivencia - Cambuí.


Interessados em participar poderão entrar em contato com a coordenadoria da
Feira de Antiguidades
sábado e domingo das 9:00 as 14:00 hs;

através do blog http://feiraantiguidadecamp.blogspot.com/

ou pelos fones
(19) 92093361
(19) 91135089

Visitem a feira

terça-feira, abril 17, 2007

Grandes Compositores

Mais uma bela pagina no livro da historia da musica caipira, graças ao grande trabalho do cumpadre Ricardinho no site Boa Musica Brasileira.


  • Mário Zan:

    "Não! Eu sou o Rei do Baião! O Rei da Sanfona é Mario Zan."

    Luiz Gonzaga (1912 - 1989).



    Acordeonista e Compositor, Italiano de nascimento, Mario João Zandomenighi nasceu em Roncade, Vêneto no dia 09/10/1920 e faleceu na Capital Paulista no dia 08/11/2006.

    Com apenas 4 anos de idade, Mário veio para o Brasil juntamente com seus pais, José Zandomenighi e Ema Carmelo que, cansados que estavam de tantas guerras, queriam na verdade uma vida melhor e mais digna para seus filhos. A família escolheu o Brasil e se estabeleceu em Santa Adélia-SP, próximo a Catanduva-SP.

    E, nas freqüentes festas interioranas ao longo do ano, o pequeno Mário não tirava o olho dos sanfoneiros e ficava atento às Rancheiras, Polcas, Arrasta-pés, Valsas e outros ritmos tradicionais no Interior Paulista. E, com apenas 6 anos, conseguiu que seu pai lhe presenteasse com uma pequena sanfona, a qual aprendeu a tocar sem professor e durante várias horas por dia.

    Com apenas 10 anos de idade, o "Moleque da Sanfona", como ficou conhecido, animou um baile de casamento. E isso se deu no tempo, em que o sanfoneiro cantava sobre uma mesa para poder espalhar melhor o som (já que não existiam amplificadores na época).

    Algum tempo depois, seus pais se mudaram para São Paulo-SP, onde Mário acabou encontrando um "outro mundo de possibilidades", entre as quais o Rádio e também a carreira de Solista.

    Na mesma época, o mercado fonográfico começava a se dar conta de que as Festas Juninas também eram lucrativas, mesmo comparadas às altas vendas que alcançavam no período que se estendia de Dezembro até o Carnaval. Tal fenomeno musical fez com que o jovem Acordeonista apostasse na Música de Festa Junina como parte principal de seu repertório.

    Apenas para citar alguns exemplos, compositores como Lamartine Babo ("Chegou a Hora da Fogueira" e "Isto é Lá com Santo Antônio") e Ary Barroso ("Sobe Meu Balão"), além de consagrados intérpretes como Francisco Alves e Carmen Miranda, emplacaram vários sucessos e a maior parte dessas marchinhas fazia parte dos shows de Mario Zan.

    Em São Paulo, aos 14 anos, Mário Zan estudou Acordeon com Ângelo Reale e Teoria Musical com o Maestro Tripicchioni. Isso sem deixar de animar os bailes e matinês na periferia da Capital e cidades adjacentes; chegava a fazer até quatro apresentações por dia.

    De bastante versatilidade, Mario Zan tocava até mesmo Tangos e Chorinhos. Apresentou-se pela primeira vez no Rádio (a Educadora Paulista, atual Gazeta), no programa de calouros "Peneira Roldini" e ganhou o primeiro lugar interpretando o célebre Chorinho "Tico-Tico no Fubá" (Zequinha de Abreu), acompanhado do Regional de Zé da Pinta.

    Foi então que Armando Bertoni, Diretor Artístico da Rádio Tupi, tendo ouvido e gostado da performance do jovem acordeonista, deu ao menino meia hora para se apresentar na famosa Emissora Associada. O primeiro emprego, por outro lado, Mário Zan só conseguiu na Rádio Bandeirantes, que acabara de ser inaugurada.

    E foi na Bandeirantes que Mário João Zandomenighi adotou o nome artístico de Mário Zan, sugerido por Walter Foster que, achando que seria "um nome forte", considerava também a "dificuldade para o público decorar o nome Zandomenighi"... E foi também na Bandeirantes que Mário Zan ficou conhecido como "O sanfoneiro que brinca com a sanfona". A belíssima foto de Mário Zan à esquerda é do Acervo do site Nosso Encontro com Ubiratan Lustosa, célebre radialista que faz parte da História do Rádio no Estado do Paraná.

    E após um breve período na Rádio Nacional (atual Globo) de São Paulo-SP (onde Mário Zan acompanhou inclusive a dupla " Palmeira e Piraci"), o jovem acordeonista juntou alguns trocados e foi se aventurar no Rio de Janeiro-RJ.

    Na Cidade Maravilhosa, após algumas dificuldades que enfrentou, Mário Zan conheceu outro excelente Sanfoneiro, o pernambucano Luiz Gonzaga, que não lhe poupou elogios quando ouviu seu Acordeon. E foi com a ajuda do Rei do Baião que Mário Zan iniciou uma brilhante carreira na então Capital Federal, tendo tocado no "Samba Dance", e também no Cassino Atlântico em Copacabana.

    Seguiram-se então apresentações no "Quitandinha" em Petrópolis-RJ, e também nas estâncias hidrominerais de São Lourenço-MG, Caxambu-MG, Lambari-MG e Cambuquira-MG.

    E, com o fim dos cassinos, decretado pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra, Mário Zan voltou para a Paulicéia Desvairada, de onde partiu para algumas apresentações em cinemas do Interior juntamente com Nhô Pai, Nhá Fia e o Capitão Furtado.

    E, nessas apresentações nos cinemas da Empresa Pedutti, Mário Zan percorreu o Triângulo Mineiro, e também o Interior dos Estados de Goiás e Mato Grosso (que na época "ainda era um só"), onde atravessou rios e pastos em carros de boi e pequenos caminhões de mudança e compôs algumas célebres páginas inspiradas na Região como "Chalana" (Mário Zan - Arlindo Pinto) e "Ciriema" (Mário Zan - Nhô Pai).

    "Chalana", por sinal, uma de suas primeiras composições, inicialmente instrumental, "...surgiu do sofrimento durante a excursão, da saudade que sentia, sem notícias da família..." A inspiração aconteceu na cidade de Corumbá-MS, da janela do Hotel São Bento, às margens do Rio Paraguai, onde Mário Zan se hospedou na época. Mário Zan compôs "Chalana" vendo as águas do rio e os pequenos barquinhos típicos passando... O célebre Acordeonista também já voltou por lá para "matar saudades"... "... o hotel está velhinho... coitado..."

    Por essa época tiveram início suas primeiras gravações na Continental e na RCA. Continuou viajando, tornando-se cada vez mais conhecido como excelente solista de Acordeon por todo o Brasil. Mário Zan garante também que foi o primeiro artista a se apresentar no Território de Roraima. E nas viagens, vendia, sorteava e presenteava seus discos nos diversos shows que fazia.

    Em 1954, a Cidade de São Paulo comemorou seus 400 anos de fundação e foi nesse ano que Mário Zan gravou seu famoso dobrado "Quarto Centenário" (Mário Zan - J. M. Alves) que se tornou Hino da Capital Paulista. E a vendagem de um milhão de cópias em poucos meses foi sem dúvida um marco na discografia nacional.

    Mário Zan também se dedicou à pesquisa de ritmos e lançou em 1956 juntamente com Nonô Basílio a "Tupiana", que é "uma espécie de Guarânia, com influência da música dos índios Tupi-Guaranis, em compasso 3 x 4, com batidas ritmadas marcadas pelo tambor", de acordo com a jornalista e pesquisadora Rosa Nepomuceno em seu excelente livro Música Caipira - Da Roça Ao Rodeio.

    Face à "invasão" dos rítmos paraguaios em nossa Música, principalmente na Região do Mato Grosso do Sul, Mário Zan e Nonô Basílio resolveram criar o novo ritmo de resistência dentro da Música Brasileira.

    Curiosamente o próprio Mário Zan havia sido antes um dos principais expoentes da introdução de tais elementos vindos "de fora" em nossa Música Brasileira, como por exemplo, a célebre "Chalana" (Mário Zan - Arlindo Pinto) que é uma Guarânia e foi composta às margens do Rio Paraguai, na cidade de Corumbá-MS.

    A primeira Tupiana foi "Alvorada Tupi" gravada na RCA Victor pelo Duo Irmãs Celeste. O Duo Irmãs Celeste e também os próprios autores chegaram a gravar outras "Tupianas". Tal ritmo, no entanto, não atingiu o grande público e não foi grande sucesso de vendas. De acordo com Mário Zan, a Tupiana "... não pegou, não teve divulgação. Naquele tempo não existia mídia, hoje qualquer bobagam que você fala tem repercussão."

    Mário Zan também participou dos filmes "Tristeza do Jeca" (de Mílton Amaral), "Casinha Pequenina" (de Glauco Mirko Laurelli) e "Da Terra Nasce o Ódio" (de Antoninho Hossri).

    Em 1958, iniciou-se o enorme sucesso do famosíssimo Rasqueado "Nova Flor" (Palmeira - Mário Zan), conhecido também como "Os Homens Não Devem Chorar", que conheceu versões em Castelhano ("Los Hombres No Deben Llorar" - versão de Pepe Ávila) e em Inglês ("Love Me Like A Stranger" versão de Arthur Hamilton), tendo tido inúmeras regravações no mundo inteiro, além do Brasil.

    Calcula-se que Mário Zan tenha tido aproximadamente 1.000 músicas gravadas em mais de 300 discos 78 RPM e mais de 60 LPs; e cerca de 36 músicas suas também foram gravadas por diversos cantores de outros países.

    Esse maravilhoso Músico octogenário era uma pessoa bastante simpática e bem-humorada. E, como "O Sol nasce para todos" Mário Zan também tinha um ótimo relacionamento com colegas Sanfoneiros ilustres tais como Dominguinhos e Sivuca, a exemplo da amizade que também mantinha com o saudoso Rei do Baião Luiz Gonzaga, num espírito de amizade e camaradagem.

    Sua popularidade como "o maior solista de festas juninas de todos os tempos" foi inclusive reverenciada pelo saudoso Luiz Gonzaga. Além de suas diversas composições do gênero, Mário Zan também lançou em disco uma série de marcações para Quadrilhas.

    Antes de começar a tocar, conversava com os ouvintes que participavam da famosa dança de origem francesa (e que também foi musicada por Villa-Lobos). Os pares se organizavam por sexo e lugar e o Sanfoneiro passava a tocar, coordenando ao mesmo tempo a apresentação.

    Um de seus maiores sucessos no gênero é sem dúvida "Festa na Roça" (Palmeira - Mário Zan). Enfim, onde tem São João, a música e a Sanfona de Mario Zan estão presentes de uma forma ou de outra.

    Mesmo assim, o excelente solista dispensava o título de "Rei da Quadrilha", achando que "... não pega bem, parece coisa de mafioso..."

    Também, segundo Mário Zan, a Música solada ou instrumental, "sem letra", permite ao ouvinte "fazer outras coisas enquanto a ouve". Já a Música cantada, com letra, exige atenção. Ainda sobre a Música cantada, Mário Zan nos falava sobre as "letras com duplo sentido", muito comuns nos Forrós mais recentes: "Gonzagão foi o Rei de tudo isso cantando Músicas bonitas, sem apelação de sexo (...) Baião tem de ser alegre, não ofensivo (...) Acho que todos deveriam seguir a escola de Gonzaga e usar a Música para falar das histórias, dos romances e da Cultura do Nordeste."

    Famoso também fora do Brasil, Mário Zan possui seu nome e foto expostos no Museu de Artes de Frankfurt, na Alemanha, ao lado de grandes instrumentistas de todos os tempos, considerado no referido museu como o "acordeonista mais sentimental de todos os tempos".

    E, na Capital Mexicana, já recebeu diversas homenagens devido ao sucesso de suas músicas naquele país. ("Los Hombres No Deben Llorar" que o diga...).

    Mário Zan também foi empresário do Duo Irmãs Celeste, a famosa dupla formada por Diva Araújo e Geisa Araújo, ambas de Sacramento-MG. O Acordeonista também foi o esposo de Geisa que passou a seguir carreira solo, tendo se apresentado inclusive na Alemanha. Mais tarde, porém, o casal se separou e Geísa acabou abandonando a carreira artística. Diva, por outro lado, permaneceu na carreira tendo sido contratada pela Rádio São Paulo, onde se apresentou como cantora e atriz de rádio. Ver à direita a capa da Revista Sertaneja - Ano II - Nº 13 – Abril/1959 com Mário Zan e o Duo Irmãs Celeste.

    Mário Zan "passou para o Andar de Cima" às 20:00 do dia 08/11/2006, no Hospital Central Sorocabana em São Paulo-SP, vítima de insuficiência respiratória, menos de um mês após ter completado 86 anos de vida.

    O corpo de Mário Zan foi velado na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e sepultado no dia 09/11/2006 às 15h30 no Cemitério da Consolação na Capital Paulista, ao lado do jazigo da Marquesa de Santos, conforme seu desejo.

    Poucos anos antes de falecer, "longe dos holofotes", Mario Zan continuava a animar centenas (se não milhares... ) de festas juninas, com inúmeros CDs que ainda vendia e, com energia jovial, sentia-se recompensado e feliz quando tocava para fazer o povo dançar. "Toco o que o povo quer", repetia ele com entusiasmo! E, na foto à esquerda, Mário Zan no topo do edifício onde residia, no Centro da Paulicéia Desvairada.

    Clique aqui e conheça um excelente artigo dedicado ao "Mario Zan, o Soberano da Canção Popular na Sanfona" do dia 21/06/2002, riquíssimo em informações!

    Algumas composições de Mário Zan:

  • Anchieta (Mário Zan - Messias Garcia)
  • Arroz a Carreteiro (Palmeira - Mário Zan - José Paniguel)
  • Assanhadinha (Mário Zan - Ângelo Reale)
  • Bicho Carpinteiro (Mário Zan - A. Reale - Ângelo Russo)
  • Boiadeiro Triste (Palmeira - Mário Zan)
  • Caipirinha (Mário Zan - Altamiro Carrilho)
  • Calango Nordestino (Mário Zan)
  • Canta Canta Pantaneira (Mário Zan - Dino Franco)
  • Cantando (Mário Zan - Arlindo Pinto)
  • Cãozinho Sem Dono (Mário Zan - Nhô Pai) Interpretada por Mário Zan, Celia & Celma (8)
  • Capricho Cigano (Mário Zan - Messias Da Silva - Messias Garcia)
  • Chalana (Mário Zan - Arlindo Pinto)
  • Cidades de Mato Grosso (Mário Zan - Arlindo Pinto)
  • Ciriema (Mário Zan - Nhô Pai) Interpretada por Tetê e Alzira Espíndola (5)
  • Curimbatá (Palmeira - Mário Zan)
  • Desilusão (Mário Zan - Orlando Barros)
  • Elétrico (Mário Zan)
  • Essa É Boa (Mário Zan)
  • Estou Na Minha (Mário Zan)
  • Festa Na Roça (Mário Zan - Palmeira)
  • Festa Pantaneira (Mário Zan - Dino Franco)
  • Festa Paraguaia (Mário Zan - Dino Franco)
  • Festa Sertaneja (Mário Zan)
  • Gostosinho (Mário Zan - Maria Luíza)
  • Iracema (Mário Zan - Nhô Pai)
  • Lembrando Gardel (Mário Zan - Cláudio de Barros)
  • Limpa Banco (Mário Zan)
  • Linda Moreninha (Mário Zan)
  • Meu Primeiro Beijo (Mário Zan - Cláudio de Barros)
  • Namorados (Mário Zan)
  • Nossa Amizade (Mário Zan - Ângelo Reali)
  • Nova Flor (Os Homens Não Devem Chorar) (Mário Zan - Palmeira)
  • O Pulo Do Gato (Mário Zan - Mariângela Zan)
  • Orgulhoso (Nhô Pai - Mário Zan)
  • Quarto Centenário (J. M. Alves - Mário Zan)
  • Rabo De Galo (Mário Zan)
  • Recordações (Mário Zan - Palmeira)
  • Que Lucro Dá? (Geraldo Costa - Mário Zan)
  • Sanfoneiro Folgado (Mário Zan - Motinha)
  • São Paulo 450 Anos (Mário Zan - André Dias - Meire Parce)
  • Segue Teu Caminho (Mário Zan - Arlindo Pinto)
  • Sem Descanso (Mário Zan - Angelo Reale)
  • Serelepe (Mário Zan)
  • Silvino Rodrigues (Mário Zan)
  • Só Para Você (Mário Zan - Messias Garcia)
  • Trem De Ferro (Mário Zan)
  • Vaidade (Mário Zan)
  • Vai De Roda (Teddy Vieira - Mário Zan - Palmeira)
  • Vai Que É Mole (Mário Zan)
  • Você No Meu Pensamento (Mário Zan - Lúcio Cardina)
  • segunda-feira, abril 16, 2007

    Brincando com a viola

    Vamos recordar e ter uma aula de viola com o Saudoso Bambico.

    Grandes Compositores

    Mais um gigante da musica raíz, e mais uma vez, a postagem colhida no site Boa Musica Brasileira do nosso grande amigo o Cumpadre Ricardinho

  • Lourival dos Santos:

    Nasceu em Guaratinguetá-SP no dia 11/08/1917 e faleceu em Guarulhos–SP no dia 19/05/1997. Com apenas 12 anos de idade, ficou órfão de pai e foi morar na casa do avô em Lorena-SP e, desde essa época já manifestava seus dons fazendo quadrinhas improvisadas em Folias-de-Reis na região. “Meu romance” (Lourival dos Santos - Teddy Vieira) foi sua primeira composição a ser gravada (o que foi feito pela dupla Laranjinha e Zequinha).

    Em 1933, mudou-se para a Capital Paulista, onde foi trabalhar no comércio. Tornou-se amigo de Palmeira e Piraci e passou a compor para a dupla. Em 1959, começou a compor para Tião Carreiro e Pardinho, intérpretes com os quais Lourival conheceu sua glória como compositor.

    Lourival dos Santos compôs com diversos parceiros, entre eles, Tião Carreiro, Teddy Vieira, Sulino, Raul Torres, Piraci, Jacó, Serrinha, Téo Azevedo e Jorge Paulo.

    Um fato curioso na vida de Lourival dos Santos foi como ele conheceu sua esposa, Jandira (professora de filosofia e irmã do dramaturgo Oduvaldo Viana), com quem se casou em 1950, após um namoro de apenas 6 meses: ele havia telefonado para uma lavanderia para reclamar de algumas toalhas que não haviam chegado à casa de espetáculos onde ele trabalhava como comprador, só que errou o número e o telefone tocou na casa dela! Foi o “engano mais certeiro do mundo” segundo palavras do próprio Lourival...

    Ao final da década de 50, compôs, juntamente com Teddy Vieira, "Pagode em Brasília", que foi gravada por Tião Carreiro e Pardinho, na época da inauguração da Capital Federal. Esta foi a primeira composição do novo gênero denominado “Pagode”, que foi criado pelo Tião Carreiro a partir da batida específica na Viola por ele estabelecida. Foi também nessa época que conheceu seus maiores sucessos, a maioria dos quais em parceria com Teddy Vieira, Moacyr dos Santos e Tião Carreiro.

    Foi uma triste história verídica que levou Lourival à composição de “A Vaca Já Foi Pro Brejo” (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Vicente P. Machado): um grande amigo havia criado a filha com enorme sacrifício. “Deu seu sangue” e trabalhou bastante para comprar cimento, areia, tijolos e todo material de construção para construir a casinha que seria dela. A moça nunca trabalhou, mas estudou Medicina e, quando se formou, disse ao pai que ia embora de casa... E ele ficou tão desgostoso que acabou morrendo em conseqüência do fato...

    Para Lourival dos Santos, compor era um “Dom Divino” que tinha de sentir... Preocupava-se com o público e com o que ele queria ouvir. Foi sem dúvida um dos mais importantes compositores da nossa belíssima Música Caipira Raiz, tendo composto cerca de 1300 músicas, gravadas pelos mais variados e renomados intérpretes do gênero. E, além dos autênticos Caipiras de Raiz, Lourival também gostava de duplas como "Leandro e Leonardo", "Zezé di Camargo e Luciano" e "João Mineiro e Marciano", já que ainda era melhor ouvir algo brasileiro na voz deles do que "certas coisas importadas"...

    O romance que inspirou Lourival a compor "Rio de Lágrimas" pode ser visto no site do Sítio do Caipira da EPTV.


    Algumas composições de Lourival dos Santos:

  • Abrindo Caminho (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • A Coisa Ficou Bonita (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • A Coisa Tá Feia (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • A Ferro e Fogo (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • A Grande Cilada (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Arlindo Rosas)
  • Aliança Contrariada (Lourival Santos - Nízio)
  • A Majestade O Pagode (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • A Marca da Ferradura (Lourival dos Santos - Riachão)
  • Amor De Praia (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Paraíso)
  • Ara Po (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • As Três Verdades (Lourival dos Santos - Piraci)
  • A Vaca Já Foi Pro Brejo (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Vicente P. Machado)
  • A Vida De Um Policial (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • A Viola e o Violeiro (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • A Volta Que O Mundo Dá (Lourival dos Santos - Zé Batuta)
  • Azulão Do Reino Encantado (Lourival dos Santos - Pardinho - Arlindo Rosas)
  • Baianinho (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Júlio Guidini)
  • Bandeira Branca (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Boiadeiro de Fama (Piraci - Lourival dos Santos)
  • Boiadeiro de Palavra (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Boiadeiro É Boi Também (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Caminho do Céu (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Canário Malandrinho (Lourival dos Santos - Milton José - Tião Carreiro)
  • Cabelo de Trança (Priminho - Lourival dos Santos)
  • Caboclo Ventania (Zico - Lourival dos Santos)
  • Canarinho Tá Chorando (Paraíso - Lourival dos Santos)
  • Canário Malandrinho (Lourival dos Santos - Milton José - Tião Carreiro)
  • Canção do Século (Lourival dos Santos - Itapuã - Domério de Oliveira)
  • Candieiro Da Fazenda (Jesus Belmiro - Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Cavalo Enxuto (Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos)
  • Cerne De Aroeira (Lourival dos Santos - Jesus Belmiro - Vicente P. Machado)
  • Chega De Sujeira (Lourival dos Santos - Paraíso - Arlindo Rosas
  • Chora Viola (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Chuva... Sangue Da Terra (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Cidade Morena (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Alberto Calçada)
  • Cochilou O Cachimbo Cai (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos)
  • Começo do Fim (Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos)
  • É Fogo (Lourival dos Santos - Zé Batuta)
  • É Isto Que O Povo Quer (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Zé Mineiro)
  • Em Tempo De Avanço (Lourival dos Santos - Tião Carreiro) Interpretada por Geraldo Viola e Dino Guedes (9)
  • Encontrei Quem Eu Queria (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Esquina da Saudade (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Esta Vida É Um Punhal (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Faca Que Não Corta (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Falou e Disse (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Piraci)
  • Filhinho de Papai (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Filho da Liberdade (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Sebastião Victor)
  • Final dos Tempos (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Fim da Picada (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Golpe de Mestre (Lourival dos Santos - Mairiporã)
  • Guerra de Poesias (Lourival dos Santos - Raul Torres)
  • Hoje Eu Não Posso Ir (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Homem Até Debaixo D' Água (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Arlindo Rosas)
  • Homem Sem Rumo (Serrinha - Lourival dos Santos)
  • Linda Bancária (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Linha de Fogo (Lourival dos Santos)
  • Linha De Frente (Lourival dos Santos - Edgard de Souza)
  • Marreta Do Desprezo (Lourival dos Santos - Carminha - Paraíso)
  • Menina Moça (Lourival dos Santos - Jacozinho)
  • Meu Amor Tem Outro Dono (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Meu Coração De Ferro (Lourenço - Lourival dos Santos)
  • Mina De Ouro (Lourival dos Santos - J. dos Santos)
  • Minas Gerais (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Mineiro de Monte Belo (Lourival dos Santos - Serrinha)
  • Mineiro do Pé Quente (Lourival dos Santos - J. dos Santos)
  • Minha Esposa Vale Ouro (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Minha Grande Amiga (Lourival dos Santos - Mílton José - Fauzi Kanso)
  • Minha Solidão (Miltinho Rodrigues - Lourival dos Santos)
  • Mundo Velho (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Mundo Velho Não Tem Jeiro (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Rose Abraão)
  • Navalha na Carne (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Nossas Maneiras (Praense - Lourival dos Santos)
  • Nossos Devaneios (Lourival dos Santos- Tião Carreiro)
  • Nove e Nove (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Teddy Vieira)
  • Novo Amor (Jesus Belmiro - Lourival dos Santos)
  • O Castigo Vem A Cavalo (Lourival dos Santos - Sebastião Victor - Arlindo Rosas)
  • O Fogo e a Brasa (Praense - Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • O Mundo no Avesso (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • O Patrão e o Empregado (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • O Preço da Glória (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - José Russo)
  • Os Filhos Da Bahia (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos)
  • O Tesouro É Do Patrão (Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos - Paraíso)
  • Pagode Do Grotão (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Ronaldo Viola)
  • Pagode Do Pai Tomé (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Mangabinha)
  • Pagode Em Brasília (Lourival dos Santos - Teddy Vieira)
  • Paixão Dupla (Lourival dos Santos - Chicão Pereira - Pardinho)
  • Paulista E Mineiro (Lourival dos Santos - Carlito)
  • Pé De Chinelo (Lourival dos Santos - Milton José)
  • Pé De Guerra (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Peito De Aço (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Pé Quente Pé Gelado (Lourival dos Santos)
  • Perereca (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos)
  • Prá Tudo Se Dá Um Jeito (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Priminha Linda (Moacyr dos Santos - Lourival dos Santos)
  • Pula-Pula (Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos)
  • Quando A Saudade Machuca (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Rainha do Lar (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Rancho dos Ipês (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Rancho do Vale (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Claudio Rodante)
  • Rei do Pagode (Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos)
  • Resposta De Poeta Sertanejo (Téo Azevedo - Lourival dos Santos)
  • Rio de Lágrimas (Lourival dos Santos - Tião Carreiro – Piraci)
  • Rio de Pranto (Lourival dos Santos - Zé do Rancho)
  • Roubei Uma Casada (Lourival dos Santos - Teddy Vieira)
  • Sete Flexas (Zé Mineiro - Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Sou Demais Em Teu Caminho (Lourival dos Santos - Nízio)
  • Suspirando (Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos)
  • Tá Do Jeito Que Eu Queria (Mãe Menininha) (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Tesouro Da Madrugada (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Brás Bacarin)
  • Tudo É Beleza (Lourival dos Santos - Tião Carreiro)
  • Última Chance (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Uma Coisa Puxa a Outra (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Cláudio Balestro)
  • Uma Flor E Uma Santa (Lourival dos Santos - Tião Carreiro - Paraíso)
  • Uma Noite Não É Nada (Praense - Lourival dos Santos - Luiz de Castro)
  • Vencendo Sempre (Piraci - Lourival dos Santos)
  • VII Exposição de Fernandópolis (Mílton José - Lourival dos Santos)
  • Viola Barulhenta (Tião Carreiro - Milton José - Lourival dos Santos)
  • Viola Chic Chic (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Zelão)
  • Viola Divina (Tião Carreiro - Lourival dos Santos)
  • Viola Que Vale Ouro (Tião Carreiro - Lourival dos Santos - Alberto Calçada)
  • Violeiro Sem Medo (Ado Benatti - Brinquinho - Lourival dos Santos)
  • Violinha Barulhenta (Lourival dos Santos - Jacozinho)
  • Vizinha Fuchiqueira (Sulino - Lourival dos Santos - Moacyr dos Santos)