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terça-feira, abril 03, 2007

Grandes Compositores

Informações colhidas no site Boa Musica Brasileira do nosso Grande Cumpadre Ricardinho

· Jeca Mineiro:


Conhecido principalmente pelo mega sucesso do "Fuscão Preto" (Jeca Mineiro - Atílio Versutti), José Silva, também conhecido como Jeca Mineiro, além do "Fuscão Preto", é autor de diversas obras primas no repertório Caipira Raiz, como por exemplo "Não Beba Mais Não" (Jeca Mineiro - Orlandinho) e "A Dama de Vermelho" (Jeca Mineiro - Ado Benatti).

Nascido em Arceburgo-MG no dia 04/09/1913, criado junto de Violeiros e Catireiros, pode-se dizer que sua carreira artística se iniciou quando contava com apenas 10 anos de idade, quando passou a tocar viola e cantar em reuniões festivas. E, aos 15 anos, ganhou de sua avó uma Viola; por essa época, mudou-se para São José do Rio Pardo-SP, onde continuou a se apresentar em festas.

Em
1946 passou a residir em São Paulo SP, onde formou dupla com Chico Carretel, apresentando-se na Rádio Cruzeiro do Sul. A dupla logo se desfez e, em 1947, Jeca Mineiro formou uma nova parceria com Motinha e, com ele, passou a atuar no programa "Serra da Mantiqueira", na Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sua primeira composição foi "Boiadeiro Paulista", a qual foi composta em 1948 e gravada no ano seguinte pela dupla "Zé Pagão e Nhô Rosa", na gravadora Continental.

De 1949 a 1965, Jeca Mineiro formou dupla com Mineirinho. Nessa época, gravou, como intérprete, seu primeiro disco 78 RPM. A dupla também gravou na Copacabana diversos sucessos, dentre eles, os rasqueados "Perfume de Meu Bem" (Jeca Mineiro) e "Mulher Ciumenta" (Palmeira - Nonô Basílio).

Em 1955, formou-se o Trio "Jeca Mineiro, Bambuí e Pirajá", que gravou, entre outras, a toada "Filho de Ninguém" (José Fortuna), e a moda de viola "Moda das Duplas" (Piraci).

No início da década de 1960 Jeca Mineiro passou a cantar em dupla com Nininha; e o primeiro disco da nova dupla incluiu a canção rancheira "Meu Diário" (Jeca Mineiro - Teixeira Filho), e também a guarânia "Quem É Que Não Sente" (Jeca Mineiro - José Russo).

Jeca Mineiro teve diversas de suas composições gravadas por gente de renome, como por exemplo, " Nonô e Naná", Liu e Léu, Zilo e Zalo, Tonico e Tinoco e Gaúcho da Fronteira, apenas para citar alguns exemplos. E "Paiozinho e Zé Tapera" gravaram o bolero "A Dama de Vermelho" (Jeca Mineiro - Ado Benatti), que foi um dos maiores sucessos de sua autoria e um dos clássicos do repertório sertanejo, que também foi gravado por Pedro Bento e Zé da Estrada.

Além da Cruzeiro do Sul e da Bandeirantes, a Rádio Cultura de São Paulo também teve o programa "Lá No Pé Da Serra" apresentado por Jeca Mineiro.

Jeca Mineiro também chegou a cantar em dupla com Luizinho (Luís Raymundo, nascido em São Paulo-SP em 1916 e falecido também em São Paulo-SP em 1983 - o mesmo que também já formou dupla com Palmeira e também com Limeira além de ter composto em parceria com Teddy Vieira o célebre cururu "Menino da Porteira").

Em 1968 Jeca Mineiro parou de cantar por recomendações médicas e passou a atuar somente como compositor.

E foi em 1978 que Jeca Mineiro compôs, juntamente com o pintor de placas e cartazes Atilio Versuti, o famosíssimo "Fuscão Preto", que se tornou um verdadeiro fenômeno na música sertaneja. "Giovanti e Mariel" foram os primeiros a gravar a música, o que foi feito numa prensagem particular.

Em 1980, o trio mineiro "Vandeirante, Zé Batista e Darlon" gravou o "Fuscão Preto" numa pequena gravadora. E, no final do mesmo ano, Zé Tapera e Teodoro também gravaram o "Fuscão Preto" pela RCA. Gravações essas que não fizeram sucesso e passaram desapercebidas.

Em 1982, no entanto, o "Fuscão Preto" começou a ficar famoso quando foi regravado pelo Trio "Os Gladiadores", com o qual vendeu mais de 100 mil cópias. E, para aumentar ainda mais a vendagem, Almir Rogério também gravou o "Fuscão Preto" e, na voz dele, chegou a vender mais de 700 mil cópias.

A partir de então, o sucesso alavancou até mesmo no exterior! Nos Estados Unidos, por exemplo, foi gravada com o título "Black Mustang" e na Itália, com o nome "Fiat Nero". A música também "virou filme" dirigido por Jeremias Moreira Filho, com as participações de Almir Rogério e Xuxa Meneghel (que mais tarde passou a ser a famosíssima "Rainha dos Baixinhos"). E ganhou também uma versão humorística num inglês errado e com sotaque brega feita pelo Falcão ("Black People Car").

Também não faltam controvérsias sobre o "Fuscão Preto": de acordo com Moacyr Custódio (Jornalista e radialista, amigo pessoal de Atílio Versutti) no jornal Notícias de Itaquera, Giovanti (já falecido) e Mariel (a dupla que gravou a música pela primeira vez, conforme já mencionado) trabalhavam como pintores na cidade de Serra Negra-SP em 1975 e viam diariamente uma mulher casada que por ali passava freqüentemente num Fusca preto, com um homem que, de acordo com as "fofocas de boteco", não era o marido dela.

Em São Paulo, a dupla contou o fato ao compositor Atílio Versutti, natural de São José do Rio Preto-SP, pintor de placas e cartazes, que começou a compor algumas músicas em 1976.

Atílio morava há mais de dez anos na Capital Paulista e, juntamente com Giovanti e Mariel, começou a escrever a introdução “Me disseram que ela foi vista com outro, num fuscão preto pela cidade a rodar...”. Mariel compôs a melodia e a música foi incluída no LP que a dupla preparava e que, por sinal, recebeu o nome de “Fuscão Preto”.

E, ainda segundo Moacyr Custódio, para conseguir que o disco fosse gravado, Atílio Versutti se viu obrigado a dividir a autoria da música com Jeca Mineiro que era diretor da Continental. Tal fato, apesar de lamentável é muito comum no meio artístico.

Não se sabe ao certo da veracidade da estória desse adultério em Serra Negra que teria inspirado a composição do "Fuscão Preto", mas o fato é que ela foi relatada diversas vezes tanto por Atílio Versutti como também por Mariel, de acordo com Moacyr Custódio no jornal Notícias de Itaquera.

Seria "Fuscão Preto" o "divisor de águas" entre a Música Caipira e o "breganejo e sertanojo"? Na época, o Trio Parada Dura e as duplas Léo Canhoto e Robertinho e "Milionário e José Rico" já atingiam também mega-vendagens com seus discos, apesar de que tal faturamento ainda era pouco comparado com o que viria depois com as duplas "Chitãozinho e Xororó", "Leandro e Leonardo" e "Zezé di Camargo e Luciano", que ainda não eram conhecidas (apenas "Chitãozinho e Xororó" que eram iniciantes já começavam a ter algum sucesso nas paradas). O fato é que essa famosíssima composição atribuída a Jeca Mineiro e Atílio Versutti foi (e ainda é) um mega-sucesso que quebrou records de vendas, equiparados, na época, por exemplo, ao "Coração de Luto" (Teixeirinha), lançada 1961.

Algumas composições de Jeca Mineiro:

· A Dama de Vermelho (Jeca Mineiro - Ado Benatti)

· A Fumaça Do Cigarro (Jeca Mineiro - Carlos Gil)

· Alma do Ferreirinha (Jeca Mineiro - Zilo)

· Amar Não É Crime (Jeca Mineiro - Paiozinho)

· Baile Gaúcho (Jeca Mineiro - Milton Cristofani)

· Boiadeiro Paulista (Jeca Mineiro)

· Caboclo de Fato (Jeca Mineiro - Kambukira)

· Eterno Apaixonado (Jeca Mineiro - Labareda)

· Felicidade de Matuto (Jeca Mineiro - Professor Gilson)

· Flor Dos Meus Sonhos (Jeca Mineiro - Rochedo)

· Folia de Santo Rei (Tonico - Jeca Mineiro)

· Força do Destino (Jeca Mineiro - Ado Benatti)

· Fuscão Preto (Jeca Mineiro - Atilio Versuti)

· Ilusão Perdida (Jeca Mineiro - Maria Terezinha)

· Já Encontrei a Solução (Jeca Mineiro - J. Ribeiro)

· Lembranças Que O Tempo Não Apaga (Luiz de Castro - Jeca Mineiro)

· Mãezinha Feliz (Jeca Mineiro - José Fortuna)

· Mandamento Sagrado (Jeca Mineiro - Sebastião Vitor)

· Meu Diário (Jeca Mineiro - Teixeira Filho)

· Meu Sabiá (Jeca Mineiro - Atilio Versuti)

· Minas Gerais (Jeca Mineiro - Moreno)

· Minha Secretária (Jeca Mineiro - Iray de O. Machado)

· Não Beba Mais Não (Jeca Mineiro - Orlandinho)

· Pé Vermelho (Pedro Ornellas - Jeca Mineiro)

· Perfume de Meu Bem (Jeca Mineiro)

· Quem É Que Não Sente (Jeca Mineiro - José Russo)

· Remorso (Jeca Mineiro - Benedito Seviero)

· Saudade Não Levarei (Jeca Mineiro - Iray de O. Machado)

· Sem Você Eu Não Sou Nada (Jeca Mineiro - Atílio Versutti)

· Sonhando Acordado (Jeca Mineiro - Chico Lau)

· Traidor (Jeca Mineiro - Piraci)

· Vamos Cantar E Sorrir (Antônio R. Pereira - Jeca Mineiro)

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