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sexta-feira, agosto 03, 2007

Luis Carlos Mordegane


Nascido em São Bernardo do Campo - SP, casado, funcionário público municipal, escritor e poeta. Começou a escrever jovem ainda, porém, só atreveu-se a sair do anonimato no início de 2001 quando adentrou as veredas da poesia chegando aos contos e crônicas.

Seus escritos abrangem desde o social ao amor, sempre sob a ótica da cidadania consciente e do poeta romântico que é. Luís Carlos retrata o ergástulo d'alma com propriedade. Entende, que todo texto, tendo cunho social ou não, é formador de opinião e resgata valores morais, éticos e sociais.

Dentro de um mundo racional e capitalista, competitivo, os textos podem também resgatar a essência do amor. Luís Carlos Mordegane é membro do Movimento Poético Nacional e, é também, autor de três livros impressos: Eu, Um Velho Menino; A Casa do Fim da Rua e A Magia Dos Rondeis de Um Velho Menino. Participou ainda de diversas antologias.
Conheça mais sobre o autor no Site do Poeta

Abaixo uma bonita poesia deste grande poeta:

Véia Porteira

Cum fogo foi entaiado,
No tronco da painera,
Teu nome gravado
Lá perto da véia portera.

Era um amô pra vida intera!
Com carinho e bejinho trocado,
Cum chero da frô di laranjera,
Cabelo bunito, como as frô do serrado.

Mais o destino é gozado.
Era São João, noite de foguera,
Nosso triste rumo foi ali marcado...
Nem as preces da véia rezadera

Podi ti sarva da sorte derradera.
Foi uma correria pra modi pega o danado,
Mas já tinha ele feito ali a bestera.
Com ciúme, um cabra mar amado,

Féiz um baze c`um chororo pra todo lado!
Atirô no meu amô, la da ribancera,
Cum inveja d'eu se dela namorado.
Onde ta a cabocla facera

Que tinha o chero da frô de laranjera?
Que é dona do mio sapatiado?
Assim, naquele dia, no pé da manguera
Foi minha frô no chão friu interrada.

Inda mi lembro d`ocê sumindo
Lá no arto da ladera...
Teu rastro ia seguindo
C`o coração sangrano, arrastano na poera.

Foi ansim que o destino gozadô,
Como um sopro de vento, entro na minha tapera
Feiz deste caboclo um sofredô...
Das lembrança daquela frô di laranjera
Fico teu nome entaiado no tronco da painera.

Luís Carlos Mordegane

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